Sentiu algo a rondar-lhe a perna. Lá estava o famoso gato da sua irmã. A sua irmã tinha perdido o juízo ao trazer um gato da rua para casa. Ao menos servia de companhia até a sua irmã chegar. Não sabia quanto tempo ainda tinha que esperar, de facto já estava ali a muito e quase que adormecera na cadeira. Tinha que ficar atento. Sorriu ao pensar
Capitulo 2
“Não. Por favor, NÃO”
Rachel acordou sobressaltada. O mesmo pesadelo 3vezes seguidas, o mesmo pesadelo ano após ano. Pensava que já não iria ter aquele pesadelo mas com o sucedido de ontem, não conseguiu evitar as lembranças do passado.
Não iria tentar dormir outra vez. Ainda estava com a roupa que vestira antes de ir a casa de Lucy. Lembrava-se de ter entrado em casa, depois daquela conversa turbulenta com o suposto, irmão de Lucy, e de se ter deitado na cama a chorar. Chorara porque teve medo. Medo que acontecesse de novo.
Levantou-se e foi a casa-de-banho. Meu Deus, exclamou. Já se tinha esquecido como era a sua aparência depois daqueles sonhos. Olhou o relógio, 6h30. Cedo para quem estava de ferias. Ouviu agúem chamar o seu nome. Estranho, quem poderia ser? Depois um leve toque na porta da entrada. Sorriu. Devia ser a sua vizinha. Sempre que entrava a mesma hora que Rachel, Lucy passava lá em casa para tomarem o pequeno-almoço juntas e contar alguma novidade.
Correu para a porta e abriu-a.
-Rach, desculpa amiga. Estas de ferias e vim eu aqui incomodar-te. – Disse Lucy, atirando-se para o abraço da vizinha.
- Não faz mal Lu, eu já estava acordada. Entras? Preparo algo num instante.
- Gostaria mas não vai dar. Tenho que ir já para o hospital. Amiga, tas com uma cara de quem não dormiu nada. Foste para a noite? – Lucy sorriu. Sabia perfeitamente que não era habito Rachel sair a noite, excepto nas vezes em que tinha que a trazer de rastos para se divertir um pouco.
Theo ainda estava atordoado com o que se tinha passado. Ainda com a comida de gato na mão, viu que a mulher que saíra do apartamento da irmã tinha entrado no apartamento da frente. Era, realmente, vizinha.
Ficou com a impressão que ela tinha ficado muito assustada, pela forma como lhe tremiam as mãos e pelo tom de palidez que adquirira a sua pele.
Não tinha intenção de lhe provocar tanto temor mas uma desconhecida em casa da sua irmã, sem esta estar presente, era estranho.
Das inúmeras vezes que falava com a irmã ao telefone, esta tinha-lhe dito que tinha uma vizinha, que era muito amiga mas não sabia que tinha a chave da casa dela.
Enquanto despejava a lata de comida no prato do gato, Theo não conseguia deixar de pensar que fizera mal em proceder de modo autoritário e arrogante. Sim, admitia que tinha sido isso mas não conseguiu evitar. Ia pedir desculpa a aquela desconhecida de cabelos castanhos-claros presos e de olhos brilhantes. Estava a desviar o seu pensamento para um terreno perigoso. Queria afastar-se das mulheres, pelo menos um pouco. Estava farto de ser atraiçoado e humilhado; esse foi um dos motivos porque deixou a Grécia e veio ter com a sua irmã que já não via a muito tempo. Tempo demais aliás.
Era melhor esperar por amanha para pedir desculpa a mulher mistério. Ainda estava muito quente e de certo nem lhe abriria a porta, por isso, será melhor ideia ir amanha lá.
- Este é o apartamento da minha irmã. Eu tenho o direito de estar aqui. Quem é você? E o que faz aqui? – Theo reparou que a mulher que tinha a sua frente não parecia uma ladra. Não podia ser. A lata de comida para gato que tinha na mão denunciava-a. Não iria assaltar uma casa para roubar comida de gato. Estava vestida com umas calças de fato treino. Mas mesmo assim tinha um aspecto que chamava a atenção. Os cabelos presos, alguns fios secretamente a escapar do elástico, os olhos castanhos brilhavam do medo.
“Espera”, pensou Theo. Medo? Tinha medo dele?
- Eu sou amiga e vizinha da dona desta casa. Não o conheço, como posso ter a certeza que esta a dizer a verdade? – Rachel sentia cada vez mais as pernas a tremer. Estaria este homem a dizer a verdade? Seria ele irmão de Lucy? Era verdade que ela tinha um irmão mas em 3 anos que morava ali só ouvira falar dele, nunca o vira.
O homem pousou o ramo e meteu a mão no bolso das calças. Rachel entrou
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